sexta-feira, 26 de agosto de 2022

"Devolvam o tempo do brincar na Educação Infantil"

Compartilhamos abaixo, trechos do texto  da educadora e pesquisadora da infância Ana Lúcia Machado:


DEVOLVAM O TEMPO DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL


Será que não estamos adoecendo as crianças com nossa pressa? Será que o aumento dos distúrbios infantis, não estão diretamente ligados ao tempo insuficiente do brincar? Será que não estamos tolhendo as crianças de gastar suas energias brincando e exercitando a imaginação?

Analisando o cenário atual da Educação Infantil, a sociedade faz um apelo: devolvam o tempo do brincar na Educação Infantil

Faço parte de uma geração que passou os primeiros anos de vida brincando em casa, na escola, na rua, com amigos da vizinhança, com primos, cuidando da minha cachorrinha, ouvindo histórias contadas pelos mais velhos, andando de bicicleta pelo bairro, e assim  descobrindo e explorando o mundo.

Na pré-escola , até os 7 anos,  aprendi muitas canções e histórias, desenhei, pintei, recortei, colei, pulei corda, brinquei de roda, amarelinha, casinha, médico, professora, etc… Aprendi a dividir com os amiguinhos, jogar de acordo com as regras, pedir desculpas quando necessário, cuidar das plantinhas, guardar e arrumar o que tirasse do lugar, não mexer no que não fosse meu.

Há uma grande diferença entre a minha vida na pré-escola e a vida das crianças nos dias de hoje. Os anos pré-escolares se transformaram em uma competição acadêmica exaustiva. A Educação Infantil ficou muito parecida com o Ensino Fundamental, por causa da ênfase na alfabetização.


POR QUE TANTA PRESSA EM ALFABETIZAR AS CRIANÇAS?

Crianças de 4, 5 anos, ainda ávidas por correr, pular, girar, são requisitadas para atividades cognitivas que exigem um corpo estático e destreza em habilidades ainda em desenvolvimento na criança, como a coordenação motora fina. Raquel Franzim, assessora pedagógica do Instituto Alana, fala que “A criança aprende o mundo com todo seu corpo, não  apenas com os dedos de uma mão”.

Autoridades escolares diminuíram o intervalo do recreio, do tempo do brincar,  para criar espaço para mais conteúdo curricular. Em algumas escolas as crianças não podem mais correr. Com isso os consultórios de psicologia estão cada dia mais cheio de crianças com problemas de falta de concentração, ansiedade, e vários transtornos.

Em 2007, o Conselho de Pesquisa Econômico e Social da Inglaterra publicou um documento que contou com a participação de dezessete especialistas de diversas universidades europeias interessados na discussão entre a neurociência e a educação, que diz o seguinte:

 “Contrariando a crença popular, não existem evidências neurocientíficas que justifiquem começar a educação formal o quanto antes. A plasticidade do cérebro é um fenômeno que dura a vida inteira, não somente nos primeiros anos.”

 

 AFINAL, O QUE É A ALFABETIZAÇÃO? 

Paulo Freire sempre advertiu que alfabetizar é antes de mais nada conscientizar. Ele falava da conscientização do “mundo vida”, onde a criança vive, onde ela se encontra e o que a rodeia. Dizia que primeiro a criança lê o mundo para depois ler as letras”.

Em outras palavras é o que fala também a jornalista especialista em neurociências e neuropsicologia Michelle Müller: “Antes de generalizar o aprendizado das palavras ou apressar a alfabetização, é preciso ter em mente que a leitura de mundo dos pequenos acontece de muitas maneiras. Um bebê, por exemplo, lê com o corpo, com os ouvidos, com as mãos, a partir da exploração tátil, sonora e visual das coisas.

O psicolinguista colombiano Evelio Cabrejo Parra, explica que “o bebê, ao nascer, já vem com a capacidade de escutar. Quando se lê para ele em voz alta ou se canta uma canção de ninar, ele se põe em posição de escuta. Isso quer dizer que ele está tratando de construir significado à sua maneira”.  Parra defende que desenvolvemos a linguagem desde bebês, e vê  a ‘alfabetização’ como um processo sutil anterior à fala e à escrita, que tem início por meio da escuta.

A experiência dos finlandeses, que não começam uma instrução formal de leitura antes de 7 anos de idade, revela que “a base para o início da alfabetização é que as crianças tenham atenção e ouçam … que elas tenham falado e conversado, que as pessoas tenham discutido [coisas] com elas … Que elas tenham feito perguntas e recebido respostas”.

Beatriz Gayotto, pedagoga pelo Instituto Singularidades, e professora de Ensino Fundamental do Estado de São Paulo, adverti  que “o enfoque do trabalho da Educação Infantil deve ser a socialização da criança, o desenvolvimento das habilidades de ouvir, de se expressar e de negociar. A Educação Infantil deve aumentar os horizontes culturais das crianças, resgatar as canções, histórias e brincadeiras que elas conheceram em casa e ampliar seu repertório com o dos colegas e com aquele que a professora apresenta, tanto da cultura regional como da mundial”.

FATORES QUE FAVORECEM O PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO 

§  Habilidades motoras e domínio espacial, adquirido na exercitação do correr, saltar, rodar, equilibrar-se em troncos de árvores, perna de pau, trepa-trepa, etc…

§  Interação social, conquistado pelas brincadeiras e jogos em grupos, em casa e na escola

§  Expressão oral, saber dialogar, contar uma história, facilitado por repertório de canções, histórias, versos, parlendas, aprendidos em casa, na escola

§  Escuta, exercitado por ouvir histórias em casa, na escola

§  Registros de ideias e vivências artísticas por meio de desenhos, pinturas e colagens

§  Saber contar os números, exercitado nas brincadeiras de esconde-esconde, pular corda, nas compras com a família, na cozinha com os pais no preparo de receitas culinárias, etc…

§  Autonomia no cuidado pessoal e de seus pertences

§  Internalização de rotina e ritmo


Na contra mão da aceleração…

Especialistas afirmam que o aprendizado formal  é mais produtivo  a partir dos 6 anos de idade, pois é quando as crianças são mais capazes de lidar com ideias abstratas. Afirmam também que  crianças que chegam à escola socialmente adaptadas, que sabem seguir instruções, compartilhar, ajudar os amigos, terão mais chance de dominar a escrita, a leitura, e os números.

Um dos grandes aliados da criança na primeira infância, como força de aprendizagem, é o tempo do brincar livre. Entretanto, infelizmente na sociedade contemporânea o tempo do brincar livre está em declínio, as novas gerações estão sendo privadas deste tempo e espaço de brincar.  Especialistas na área de educação e saúde vêm alertando sobre a diminuição do tempo de brincar das crianças e seus prejuízos. Por isso o apelo “Devolvam o tempo do brincar na Educação Infantil”.

Brincar é substrato para a vida,  é o motor da infância que garante a potência para a vida adulta. Brincando  a criança desenvolve competências que serão requisitadas mais tarde nas relações interpessoais e de trabalho. Brincar é uma atividade instintiva, natural e espontânea da criança. Ele é essencial para o desenvolvimento infantil integral e saudável, e segue tendo sua importância ao longo da vida adulta, porque afinal somos seres lúdicos.

Será que não estamos adoecendo as crianças com nossa pressa? Será que o aumento dos distúrbios infantis, não estão diretamente ligados ao tempo insuficiente do brincar? Será que não estamos tolhendo as crianças de gastar suas energias brincando e exercitando a imaginação?

 

DEVOLVAM O TEMPO DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL

O brincar tem origem na curiosidade e necessidade de exploração da criança para construção do seu próprio mundo, sua identidade, a imagem de si e a compreensão do mundo que a cerca. Ele ensina tudo o que os pequenos precisam aprender sobre a dinâmica interna e estrutura do seu próprio corpo. Quando brinca a criança está inteira na brincadeira, pois brinca com todo o seu ser. Brincando ela experimenta o estado de flow, e assim desenvolve a capacidade de concentração, necessária para o processo de alfabetização.

É preciso questionar o sistema e defender o direito das crianças viverem a infância como deve ser, respeitando as etapas de seu desenvolvimento. Tudo a seu tempo.


Ana Lúcia Machado

 

Texto disponível em: http://www.educandotudomuda.com.br/devolvam-o-tempo-do-brincar-na-educacao-infantil/


quarta-feira, 23 de março de 2022

Corpo, Gestos e Movimentos na Educação Infantil

O Currículo da Cidade e a BNCC propõem que na escola exploremos espaços, sensações e brincadeiras para as crianças descobrirem possibilidades e limites corporais. Aqui nessa atividade corporal o desafio foi que as crianças imitassem as poses do "Menino Palito", que aparecia no vídeo, tomando consciência do seu corpo, através dos gestos, posturas e ritmos. Foi uma diversão!









quinta-feira, 10 de março de 2022

Brincadeira com Elástico

 Brincadeira com Elástico: proposta desafiadora por envolver habilidades motoras coordenadas para sua execução, que consiste em tirar os dois pés chão ao mesmo tempo, sem sair do lugar, ora com os pés juntos, ora os separando na dimensão do elástico, ora pisando nos dois extremos e por fim entrelaçando os dois lados do elástico... A turminha foi mais além nessa proposta que além do desafio motor, acabou estimulando a colaboração entre as crianças, o trabalho em equipe, liderança e empatia...

A princípio, a professora apresentou a brincadeira, os movimentos, ofertou a experiência dirigida individualmente e num segundo momento de livre escolha de atividades (assistir DVD do Toquinho, cantinho da leitura, descanso e/ou livre interação, brincar de elástico), com o espaço da brincadeira montado no meio da sala, a maioria da turma organizou-se sozinha para brincarem...



quarta-feira, 9 de março de 2022

Você conhece Heitor dos Prazeres?

Para contextualizar o "Bloquinho do Albertão" as professoras planejaram alguns momentos a fim de que as crianças conhecessem certos aspectos da nossa cultura popular. Entre esses momentos, disponibilizamos um material impresso e de mídia para que as crianças pudessem conhecer o Heitor dos Prazeres, um artista brasileiro muito importante na história do Carnaval brasileiro. Por fim, as crianças finalizaram suas descobertas reproduzindo algumas obras do artista corporalmente e com muita brincadeira.

Veja como foi realizada essa proposta:

*Primeiramente conheceram a obra "Samba nos Arcos da Lapa":





Num outro momento manusearam, observando a pesquisa sobre a biografia do Heitor dos Prazeres:








*Posteriormente, em outro dia, as crianças escolheram a fantasia que queriam usar, e no refeitório, observando algumas obras do artista projetadas na parede, reproduziram a posição do personagem escolhido:






Observando a obra do artista projetada na parede as crianças reproduziram a posição do personagem escolhido:












* As crianças também reproduziram a obra com tinta e pincel:













terça-feira, 17 de agosto de 2021

17/08/2021 - Proposta 106 - Dança Indígena


Lembram-se quando dançamos Carimbó em nossa Festa Junina virtual?! Assim como o carimbó, você já deve ter visto outros tipos de dança, como: ballet, zumba, street dance (dança de rua) e outros estilos que você talvez não se lembre o nome. Hoje vamos conhecer um pouco sobre as danças indígenas!!
Assista o vídeo com atenção e depois crie a sua dança (indígena ou não), filme e mande pra gente, se possível!
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ATENÇÃO:
Escreva, em poucas palavras, como foi para a criança, realizar a atividade. Assim, podemos aprimorar as propostas, ajustando-as aos desejos e necessidades das crianças. Esse relato será muito importante para nós, já que será através dessa comunicação (Escola-Família pelo Classroom) que auxiliaremos a escuta e o protagonismo das crianças.
Para sabermos que a família visualizou e realizou a proposta, clique no botão ao lado "MARCAR COMO CONCLUÍDA". Caso queiram inserir foto ou vídeo da realização dessa proposta, clique na opção "ADICIONAR OU CRIAR". Dúvidas ou qualquer outro comentário podem ser inseridos no campo "COMENTÁRIOS".
LEMBRE-SE: RESPEITE o tempo da criança: se elas querem fazer o que foi proposto e quando querem fazer isso! RESPEITE o protagonismo dela, ou seja, deixe os pequenos manipularem, criarem, fazerem, fotografarem, filmarem,...
Para 2021, CONTARÁ FREQUÊNCIA DA CRIANÇA, OS ACESSOS AO CLASSROOM. Qualquer problema com o acesso, a família deverá entrar em contato com a escola.
Essa proposta também está sendo postada em nossas mídias sociais:

16/08/2021 - Proposta 105 -Vamos aprender mais sobre as aldeias indígenas?


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Essas essas quatro palavras significam a mesma coisa na língua de quatro povos indígenas (os Yanomami, os Krahô, os Kuikuro e os Guarani Mbya), significa "CASA".
Na história de hoje, "Aldeias, Palavras e Mundos indígenas" vamos fazer mais descobertas sobre as aldeias desses povos indígenas e sobre como vivem.
O primeiro vídeo é a leitura da história, mostrando as imagens do livro.
No segundo vídeo temos a representação de como são essas aldeias com diversos materiais.
Por fim, deixamos mais algumas imagens para vocês observarem.
Que tal agora fazer o seu desenho ou a sua representação de uma aldeia ou casa indígena utilizando massinhas, elementos da natureza ou outros materiais?!
Fotografe e mande pra gente ou nos envie o seu desenho.

https://www.youtube.com/watch?v=sF6_4mE6sIc


Proposta 104- 13/08/2021- VISITA VIRTUAL - ALDEIA GUARANI MBYA


E aí pessoal já brincaram de repórter entrevistando as pessoas para ver o que elas sabem sobre os índios, conforme sugerimos na proposta de ontem??? Bem estamos aguardando as devolutivas!
Enquanto isso, convidamos vocês para fazerem uma visita virtual gratuita à aldeia indígena Guarani Mbya aqui de São Paulo.
Acessando o link abaixo você conhecerá cantos, danças e rituais do povo Guarani Mbya em realidade virtual.
“Muita gente, quando escuta que na cidade existem aldeias indígenas, não acredita ou já começa a ter alguma atitude preconceituosa”, afirma Geni Para Yry, a Cacica da aldeia.
Que interessante descobrir que existem índios na nossa cidade, não é mesmo?!
ATENÇÃO:
Escreva, em poucas palavras, como foi para a criança, realizar a atividade. Assim, podemos aprimorar as propostas, ajustando-as aos desejos e necessidades das crianças. Esse relato será muito importante para nós, já que será através dessa comunicação (Escola-Família pelo Classroom) que auxiliaremos a escuta e o protagonismo das crianças.
Para sabermos que a família visualizou e realizou a proposta, clique no botão ao lado "MARCAR COMO CONCLUÍDA". Caso queiram inserir foto ou vídeo da realização dessa proposta, clique na opção "ADICIONAR OU CRIAR". Dúvidas ou qualquer outro comentário podem ser inseridos no campo "COMENTÁRIOS".
LEMBRE-SE: RESPEITE o tempo da criança: se elas querem fazer o que foi proposto e quando querem fazer isso! RESPEITE o protagonismo dela, ou seja, deixe os pequenos manipularem, criarem, fazerem, fotografarem, filmarem,...
Para 2021, CONTARÁ FREQUÊNCIA DA CRIANÇA, OS ACESSOS AO CLASSROOM. Qualquer problema com o acesso, a família deverá entrar em contato com a escola.
Essa proposta também está sendo postada em nossas mídias sociais: